Alimentação na melhor idade - nutricionista enumera orientações valiosas

A denominação de pessoa idosa é usada no Brasil e em outros países em desenvolvimento para se referir às pessoas que têm 60 anos de idade ou mais. Nos países desenvolvidos o termo é usado  a partir dos 65 anos de idade.

Essa diferença é explicada pela qualidade de vida existente entre estes grupos de países.A idade, em anos, chamada de idade cronológica, nem sempre corresponde à idade biológica, que é aquela que representa o ritmo do envelhecimento.

Independente do ritmo de envelhecimento, é preciso aceitar que esse processo faz parte do ciclo natural da vida, e que, estabelecendo-se rotinas saudáveis de vida, conseguiremos maiores benefícios para a saúde.

Alterações naturais nos mecanismos de defesa do organismo ou dificuldades no processo de mastigação e deglutição, podem tornar a pessoa idosa mais suscetível à complicações decorrentes do consumo de alimentos, o que reforça a necessidade de cuidados diários para preparar refeições seguras.

Planejar as refeições e utilizar medidas corretas durante o preparo dos alimentos pode contribuir para a satisfação relacionada à alimentação, evitando riscos de acidentes e danos à saúde, principalmente para quem já se encontra em idade mais avançada,  permitindo também atender aos princípios de uma alimentação saudável.

É preciso aceitar que essa fase é um importante capítulo do livro da vida.Então, como se manter bem, mesmo na presença de algumas doenças crônicas, tão comuns nessa faixa etária?

O Ministério da Saúde publicou um manual em 2009 com algumas medidas associadas ao consumo das refeições, segue abaixo alguns passos simples e importantes:

- Fazer as refeições em local agradável.
- Incentivar a higienização das mãos antes das refeições.
- Distribuir a alimentação diária em cinco ou seis refeições.
- Estimular o entrosamento social nos horários das refeições.
- Desestimular o uso de sal e açúcar à mesa: Com o passar dos anos, ocorrem mudanças naturais na intensidade de percepção do sabor, portanto a tendência da pessoa idosa é adicionar mais açúcar, sal e outros condimentos para temperar os alimentos até alcançar um sabor que agrada ao paladar, o que pode acabar representando um abuso na quantidade.
- Orientar a pessoa idosa a comer devagar, mastigando bem os alimentos.
- Cuidar bem da saúde bucal, favorecendo o prazer à mesa.
- Estimular a busca e o consumo da água entre as refeições.
- Estar atento à temperatura de consumo dos alimentos.

Além destes passos é importante lembrar que com o avançar da idade o idoso apresenta demandas de vitaminas e sais minerais específicos para a sua faixa etária.

Vale destacar:

-Vitamina B12: pessoas acima dos setenta anos têm uma incidência maior de gastrite atrófica, diminuição da acidez gástrica e da produção de fator intrínseco, com consequente deficiência da absorção intestinal da vitamina B12.A falta desta vitamina pode levar a anemia megaloblástica, o que leva à neuropatia periférica, com dificuldades de marcha e déficits de cognição.
-Vitamina D e cálcio: O envelhecimento leva a uma diminuição da absorção intestinal da vitamina D ativa e da capacidade da pele de produzir o seu precursor, a vitamina D3. A reposição de vitamina D deve ser feita com cuidado, pois é potencialmente perigosa, podendo levar a hipercalcemia. A absorção do cálcio também diminui com a idade e a sua suplementação pode ser necessária, especialmente em mulheres em risco de osteoporose.É contraindicada em pacientes com história de cálculos renais de cálcio, hiperparatireiodismo primário, sarcoidose e nos idosos com hipercalciúria renal.

O acompanhamento nutricional torna-se essencial nesta faixa etária, proporcionando assim, saúde para desfrutar o conhecimento, a plenitude e o brilho desta fase da vida.

Autora: Ana Carolina Pieroni - Nutricionista.

Fonte: Dicas de Nutrição.
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